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sábado, 22 de setembro de 2012

TRINDADE


ESTUDO SOBRE A TRINDADE DIVINA

O Gnosticismo, Nestorianismo, o Sabelianismo, o Eutiquianismo ou Monofisismo, o Apolinarianismo, o Monotelismo e outras heresias nascidas no início da igreja como o Arianismo foram duramente combatidas e refutadas pelos Pais da igreja. O que tinham elas em comum era o ataque à pessoa de Cristo, seja para excluir dele a divindade ou para excluir dele a humanidade. Fazendo assim, tentavam enfraquecer a imagem de Cristo como sendo Deus-Homem. Abaixo segue apenas a conclusão de dois dos vários concílios que discutiram sobre Cristologia:
A doutrina da Trindade foi definida no Concílio de Nicéia (325 d.C.), quando a Igreja se opôs à idéia Ariana de que Jesus era a primeira e a mais nobre criatura de Deus; a igreja afirmou que Jesus era da mesma “substância” ou “essência” do PaiA distinção entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, de modo que o Filho é Deus da mesma maneira que o Pai o é. Ao dizer que o Filho e o Pai são de “uma única e mesma substância” e que o Filho “é gerado, não feito” (ecoando o “unigênito em João 1.14, 18 e João 3.16,18), o Credo Niceno reconhece, inequivocadamente, a divindade de Jesus Cristo.(BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA – EDIÇÃO 1999, pág. 1229)

A confissão que a Igreja faz da doutrina da Encarnação foi expressa no Concílio de Calcedônia (em 451 d.C), onde a Igreja se opôs à ideia Nestoriana de que Jesus era duas “pessoas” e não uma, e à ideia Eutiquiana de que a divindade de Jesus havia absorvido sua humanidade. Rejeitando ambas as idéias, o Concílio de Calcedônia afirmou que Jesus é uma só pessoa com duas naturezas (isto é, com dois conjuntos de capacidades para a experiência, expressão e ação). As duas naturezas estão unidas nele, sem mistura e sem confusão, sem separação ou divisão, e cada natureza retém seus próprios atributos. Em outras palavras, tudo o que está em nós, como tudo o que está em Deus, está e sempre estará verdadeira e distintivamente presente no único Cristo. Desse modo, o Credo de Calcedônia afirma vigorosamente a plena humanidade de Cristo. (BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA – EDIÇÃO 1999, pág. 1229)

·         HOMOOUSIOS [Do gr. Homo, mesmo + ousia, substância] Este termo começou a ganhar importância a partir do Concílio de Nicéia, realizado em 325 d.C. Em meio aos debates cristológicos, serviu para mostrar que o Filho tem a mesma substância do Pai, o mesmo acontecendo com o Espírito Santo em relação às duas primeiras pessoas da Santíssima Trindade(Dicionário Teológico – Claudionor Corrêa de Andrade – CPAD)

TRIUNIDADE

“João 10:30; João 10.31-36; 1 João 5:6-13; Mateus 3.16-17; João 17:3; João 17:21- 22; João 14:28; João 5:19; 1 Coríntios 11:3; João 20:17; 1 Pedro 1:3; Atos 3:15; Romanos 5:8; Hebreus 1:4-5; João 5.23; 1 João 5:7; João 14:26; Judas 1:20-21; Atos dos Apóstolos 7:55-56; Atos dos Apóstolos 8:29; 13:2; João 12:28-30; João 5:23; Mateus 28:18-20; 1 Coríntios 13:13.”

João 10:30 "Eu e o Pai somos um"

"Eu, (Jesus, Filho de Deus, 1ª pessoa singular, o que fala) e o Pai, (Jeová, o Criador, a outra pessoa a quem Jesus menciona), somos (1ª pessoa no plural) um (unanimidade com referência às duas pessoas).
É o contexto (como os versos 37 e 38) que determinam que tipo de unidade expressa esta frase. Observe que no mesmo livro de João no cap. 17 Jesus, em oração a seu Pai celestial, é específico com relação aos seus discípulos...
“20 - E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que PELA SUA PALAVRA hão de crer em mim; 21 - para que TODOS sejam um; ASSIM como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que TAMBÉM ELES sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 - E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que SEJAM UM, COMO NÓS SOMOS UM; 23 - eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos EM UNIDADE, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que OS AMASTE a eles, assim como me AMASTE A MIM.”
Dessa forma, há claramente uma distinção entre ambas as pessoas mas que são unidas pela mesma atitude de amor, em especial, à palavra do Pai de Jesus.
Com que espírito se pode entender de forma clara as palavra de Jesus aqui?
João 8 Verso “16 – E, mesmo que eu julgue, o meu juízo é verdadeiro; porque não ou eu só, mas eu e o Pai que ME ENVIOU. 17 - Ora, na vossa lei está escrito que o testemunho de DOIS homens é verdadeiro. 18 - Sou EU que dou TESTEMUNHO de mim mesmo, e O PAI que me enviou, TAMBÉM dá testemunho de mim.(...) 25 - Perguntavam-lhe então: Quem és tu? Respondeu-lhes Jesus: Exatamente o que venho dizendo que sou. 26 - Muitas coisas tenho que dizer e julgar acerca de vós; mas aquele que me enviou É VERDADEIRO; e o que DELE OUVI, isso falo ao mundo. 27 - Eles não perceberam que lhes falava DO PAI.”
Estaria Jesus a falar SOMENTE de si mesmo?!?!?
Compare com 1 João 5:9,10 - "Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou - Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê, mentiroso o fez; porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu."

A TRINDADE DIVINA

Esta doutrina constitui um mistério para a mente humana. Ela causa a seguinte pergunta: Como posso aceitar três em um e um em três? A razão nos mostra a unidade de Deus, só a revelação nos mostra a sua Trindade.
Não temos a pretensão de dar a última palavra sobre este assunto, mas abordaremos com reverência, da maneira como a Bíblia nos ensina.
Vamos, portanto, na discussão da doutrina da Trindade, designar por termos a ideia da tríplice revelação de Deus (Trindade) e a do seu modo triúno de existir (Triunidade).

I.             DEFINIÇÃO DOS TERMOS TRINDADE E TRIUNIDADE

Trindade significa a tríplice revelação de Deus ou a sua manifestação no Pai, no Filho e no Espírito Santo; e o termo Triunidade o tríplice modo da existência de Deus, que é a existência de três em um.
                Temos a doutrina da Trindade pelo fato de Deus se haver revelado como Pai, como Filho e como Espírito Santo. Há uma tríplice revelação porque há um modo tríplice de existir. Ainda mais, a teologia afirma que a Triunidade foi conhecida por causa da Trindade.
                Há em Deus três personalidades distintas e divinas, sendo cada uma igual à outra quanto à natureza. No entanto, não há três deusesDeus é um só.

II.            A DOUTRINA DA TRINDADE NA REVELAÇÃO

1.            A Trindade do Antigo Testamento – não encontramos claramente definidas as distinções do Pai, do Filho e do Espírito Santo, pois esta é uma doutrina característica do Novo Testamento. No entanto, há texto que sugerem a sua existência: Gênesis 1.1,2; 6.3; 11.7; Isaías 6.8; 9.6; Miquéias 5.2; Jó 33.4; Salmos 51.11; Isaías 61.1; 63.10. Existem ainda outros textos. Concluímos que ainda que estes textos citados não nos tragam luz suficiente sobre a doutrina da Trindade, neles encontramos pelo menos, a origem; é no Novo Testamento que a encontramos plenamente desenvolvida e revelada. Foi exatamente por isso que Cristo Jesus veio ao mundo (1 Timóteo 3.16, 1 Timóteo 3.16, Lucas 10.22, Efésios 3.3-9, Colossenses 1.26-27, 1 Pedro 1.13, Efésios 5.32, 1 Coríntios 2.7, Romanos 16.25)

2.            A Trindade no Novo Testamento – é só aqui que a origem da doutrina chega a seu completo desenvolvimento. Segundo o Novo Testamento, há três Pessoas reconhecidas como Deus:
a) O Pai é reconhecido como Deus (João 6.27; 8.41; 2 Coríntios 1.2; Efésios 4.6; 1 Pedro 1.2; etc.).
b) O Filho (Jesus Cristo) é reconhecido como Deus (João 1.1; 1.18; 20.28; Tito 2.13; Hebreus 1.1; 1 João 5.20; etc.)
c) O Espírito Santo é reconhecido como Deus (Atos 5.3,4; 1 Coríntios 3.16; 6.19; 12.4-6; etc.)

3.            As três pessoas são distintas – cada pessoa é uma, tem características próprias:
a) O Pai e o Filho são pessoas distintas (João 5.32,37; 1.14; 3.16; Gálatas 4.4; etc.)
b) O Pai e o Filho distinguem-se do Espírito Santo (João 14.16,17; 15.26; 14.26; Gálatas 4.6)
c) O Espírito distingue-se do Pai e do Filho (Mateus 3.16,17; e textos acima; etc.)

4.            As Distinções Pessoais são Eternas – Deus tem sempre existido em três Pessoas distintas. A Bíblia não afirma que a Trindade consta de três manifestações, isto é, manifestações em épocas diferentes, da mesma Pessoa, porque a Trindade não é devida à sua manifestação tríplice, e sim, ao tríplice modo de existência. As três manifestações (no Pai, no Filho e no Espírito Santo) baseiam-se no modo da existência de Deus. Por isso as distinções são eternas.

III.          A TRIUNIDADE DE DEUS NA REVELAÇÃO

Entende-se por Triunidade o modo de Deus existir em três Pessoas. A trindade refere-se à revelação de Deus, ao passo que a Triunidade refere-se à existência de Deus. Mas, não temos a Triunidade de Deus tão claramente revelada na Bíblia como temos a Trindade. Podemos encontrar na Bíblia o suficiente para justificar-nos em dizer alguma coisa sobre a Triunidade na revelação. A Bíblia não é um livro de filosofia, e sim, um livro religioso e prático.

1.            A Triunidade no Antigo Testamento – da mesma forma que a Trindade não se encontra completamente definida no Antigo Testamento, para a Triunidade não se encontra ensinos claros. Contudo algumas passagens nos fornecem algumas sugestões. (Gênesis 1.26; 11.7; Isaías 6.8; etc.). A idéia principal do Antigo Testamento é a unidade de Deus.

2.            A Triunidade de Deus no Novo Testamento – aqui os ensinos são mais claros. Podemos agrupar as passagens que se referem a este assunto em três classes:
a) As que ensinam que Jesus e o Pai são um (João 17.21-23)
b) As que apresentam a bênção apostólica (2 Coríntios 13.13)
c) A fórmula do batismo (Mateus 28.19)
                Quando reunimos o que temos no Antigo Testamento ao que achamos no Novo Testamento sobre a Triunidade, essa doutrina fica claramente estabelecida. Sem dúvida não tão clara como a da Trindade. Mas, das considerações sobre o assunto, conclui-se que as Escrituras ensinam a Triunidade de Deus, isto é, que Deus é três em um.

IV.          A DOUTRINA NA TRINDADE TEM IMPORTANTES RELAÇÕES COM OUTRAS DOUTRINAS

1.            É essencial a qualquer apropriada revelação – se não houver Trindade, Cristo não é Deus e não pode conhecer ou revelar perfeitamente Deus. O cristianismo não mais é a revelação una, total e final, porém só um dos muitos sistemas conflitantes e competitivos, dos quais cada um tem sua parcela de verdade, mas também sua parcela de erro. Assim também com o Espírito Santo. “Como Deus só pode ser revelado através de Deus assim também pode-se apropriar dele só através de Deus. Se o Espírito Santo não for Deus, então o amor e a auto-comunicação de Deus à alma humana não são uma realidade”. Em outras palavras, sem a doutrina da Trindade retornaremos à mera religião natural e ao deísmo do Deus distante.

2.            É essencial a qualquer redenção apropriada – se Deus for absoluta e simplesmente um, não pode haver nenhuma mediação ou expiação porque o abismo entre Deus e a mais exaltada criatura é infinito. Cristo não pode aproximar-nos de Deus mais do que ele mesmo. Só alguém que é Deus pode reconciliar-nos com Deus. Assim, também, só alguém que é Deus pode purificar nossas almas. Um Deus que é só unidade, mas em quem não há pluralidade, pode ser nosso juiz, mas, até onde podemos ver, não pode ser nosso salvador ou santificador.

CONCLUSÃO: Tendo estudado a doutrina da Trindade e da Triunidade na Bíblia, podemos compreender que Deus revelou-se “no” Pai, “no” Filho e “no” Espírito Santo; e não “como”. Estas três pessoas são igualmente divinas, porém, inteiramente distintas. Mas existem de forma triúna. A doutrina da Trindade é essencial a uma verdadeira compreensão de Deus. Sem a doutrina da Trindade não poderíamos ter a doutrina do monoteísmo.
                Concluímos, pois, que Deus é uma unidade tríplice: um em três e três em um. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são Deus e é Deus.
Quando chegarmos ao céu, esses mistérios serão totalmente desvendados (1 Coríntios 13.12).

GLÓRIA A DEUS!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MORAIS, Felipe M. O. – Estudos Pessoais; 2012 - [Pr. Felipe Miranda]
PEARLMAN, M. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Miami: Editora Vida, 1978.
LANGSTON, A B. Esboço de Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: JUERP, 1980.
THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1987.
(Dicionário Teológico – Claudionor Corrêa de Andrade – Editora CPAD, 9ª edição 2000, revista e ampliada)
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL – Editora CPAD – EDIÇÃO 1995
BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA – Edição 1999, pág. 1229
(PINK, Arthur W. – Deus É Soberano, Editora Fiel, pág. 23,26 - publicação original - 1928)
REKSIDLER Ricardo - http://www.otheologo.blogspot.com/2009/02/ichthus-o-peixinho-dos-cristaos.html
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Campinas: LPC, 1995.
BERKHOF, L. Summary of Christian DoctrineWm. B. Eerdmans Publishing Company, 1939.
HODGE, Charles. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2001.
ALMEIDA, João Ferreira de (tradutor). Bíblia Sagrada: ARA, ARC
TAETS, Deodor - A Razão da Nossa Esperança – JUERP, 1999
STRONG, A. H. - Teologia Sistemática – Editora Hagnos, 2003

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